A preocupação do homem com a medição do tempo acompanha a humanidade desde os tempos mais remotos da História.
No começo, a história do relógio confunde-se com a do calendário, ambas remontam a uma época em que não se sabia ler nem escrever, deste modo procurou-se criar o relógio com vista a gerir o tempo.
Há cerca de 5000 anos atrás, o relógio foi inventado no extremo Oriente e mais tarde, este foi levado para a Pérsia, a Grécia, o Egipto e posteriormente para a Europa.
Os nossos antepassados mais primitivos só tinham conhecimento do dia e da noite, ignorando completamente o correr das horas e suas divisões.
Sabe-se que passaram a observar os movimentos do sol, da lua e das marés, baseando assim sua cronologia.
Inventada pelos babilónios, a primeira criação foi denominada de relógio de sol (gnônom o seu funcionamento consistia numa haste vertical projectada do centro de uma superfície circular projectando uma sombra do sol para indicar a hora) e a sua história regista o seu aparecimento na Judeia no ano 600 a.C..
Nos castelos e palácios da Europa antiga usava-se o relógio de fogo (velas seis velas marcadas de 15 cm com espessura idênticas eram divididas com uma escala e no seu conjunto demoravam 24 horas a serem consumidas cordas de cânhamo consistia numa corda com nós que queimavam em intervalos regulares).
Como todas estas formas de marcar as horas não eram credíveis, o homem procurou novas experimentações e inovações.
Surgiu no Egipto o relógio de água (clepsidra), que consistia em um recipiente cheio de água com as paredes graduadas e um pequeno orifício para a água cair.
Em cada descida de duas graduações correspondia á passagem de 1 hora.
O clepsidra divulgou-se em toda a Europa e Ásia até ao século XVI e o maior problema era no Inverno quando fazia muito frio e a água ficava congelada.
Outro tipo de relógio muito utilizado foi o de areia (ampulheta). Inventado também pelos egípcios, o seu funcionamento consistia em dois cones de vidro ligados por um pequeno orifício que regulava a passagem de areia colocada em uma das partes, marcavam determinado tempo. Depois era só virar o instrumento e repetir o processo, surgiu no século VIII e foi também difundido por toda a Europa.
Os gregos antigos acreditavam que o tempo eram divindades mitológicas simbolizando as partes do dia, os babilónios e os chineses foram os primeiros a dividirem o dia em horas só que para este povo, o dia possuía 12 horas, cada uma delas equivalente a duas horas actuais.
Foram os Egípcios e parte dos povos da Ásia Ocidental quem primeiro dividiram o dia em 24 horas.
Na Europa, séculos depois foram criados os relógios mecânicos: o relógio de pêndulo, em 1370 e o relógio de corda, em 1500.
Os primeiros relógios mecânicos apenas possuíam ponteiros que marcavam as horas e estas máquinas quando bem reguladas, apresentavam erro superior a uma meia hora por dia.
Teve origem nas ordens religiosas que tinham necessidades de regular os tempos de oração e de culto.
Os primeiros relógios mecânicos não mostravam o tempo, faziam-no soar. No início eram máquinas movidas por pesos que tocavam uma campainha a intervalos regulares.
O monge chamava os outros para as orações tocando o sino da torre.
Mais tarde, montou-se uma máquina maior que ficava na torre, que fazia soar o sino sem necessidade do monge, e que passou a anunciar as horas canónicas uniformizadas por São Benedito no século VI em sete tempos: as "matinas" (aurora/4 badaladas); a "Hora prima" (nascer do sol/3 badaladas); "Hora Tertia" (meio da manhã/2 badaladas).
Estes relógios eram submetidos a calibragem para acompanharem a variação dos dias ao longo do ano e as diferentes horas do nascer e do pôr-do-sol.
A palavra inglesa "clock" deriva do holandês "clojk", que significa sino que por sua vez em alemão se denomina "glocke".
Na época das descobertas aumentou a importância do tempo para o homem, na sua viagem para o desconhecido.
As técnicas mecânicas de fabricação de relógio foram aparecendo, havendo necessidade cada vez mais de precisão para dividir o tempo.
Os marinheiros que usavam referências no céu, o sol, a lua, as estrelas e as constelações, com a descoberta dos oceanos viram-se obrigados a orientarem-se por latitudes e longitude.
Para a medição da altura do sol, necessária para achar a latitude era usada a Bestilha, adoptado no Ocidente em 1342. Já era usado pelos gregos (Dioptra) e pelos árabes (Kamal) e os Portugueses usavam o quadrante e o astrolábio.
Até se chegar a uma máquina de medição das horas de um único dia de 24 horas foi um processo gradual baseado nos avanços introduzidos no "relógio de soar" e do aproveitamento do "escape" da máquina (dispositivo que interrompe regularmente a queda dos pesos, como um interruptor que alternadamente contém e solta a força da máquina produzindo o "tique-taque" que se tornou a voz do tempo.
A evolução teve origem no século XIV em que a hora tomou um sentido universal e preciso, abandonando a "hora sazonal" e prevalecendo a "hora igual".
O primeiro relógio mecânico foi fabricado em 1386 por Henry de Vicky e era formado por duas engrenagens movidas por cordas e pesava cerca de 200 quilos.
A partir destes criaram-se os de uso doméstico. As torres e vigias das Igrejas tornaram-se torres de relógio de onde soavam horas iguais para os serviços religiosos.
O relógio foi um serviço público anterior ao abastecimento de água.
O ponteiro do minuto só apareceria mais tarde com o uso do pêndulo.
Foi em 1582 que o cientista Galileu ao observar a oscilação de um candeeiro na Catedral de Pisa, descobriu a aplicação do movimento pendular na fabricação do relógio, do que se aproveitou o holandês Christian Huygens para fabricar o primeiro relógio de pêndulo.
A introdução do pêndulo nos relógios fez reduzir o erro de 15 minutos para cerca de 10 segundos.
Este mecanismo foi aperfeiçoado por Peter Heinlein, de Nuremberg que substituiu o peso por uma cinta de aço que tinha a mesma função, o que permitiu a redução do tamanho das máquinas até chegar ao relógio de bolso.
Este mecanismo possibilitou um grande avanço na história da relojoaria sendo progressivamente, criadas novas patentes de excelentes mecanismos como o relógio de bolso registado por Louis Recordon em 1780 em Londres.
Os relógios transformaram-se sucessivamente em obras de arte nos séculos XVII e XVIII.
Os palácios e ricas residenciais ostentavam relógios de parede, de coluna e de mesa, que para além de indicar as horas serviam de objectos decorativos.
No século XIX, um conde polonês Antoine Patek juntou-se ao relojoeiro françês Adrien Philipe, criando uma marca de relógios que ficou mundialmente conhecida Pate Philipe e teve como oportunidade de ter como clientes a Rainha Vitoria e Czar Nicolau II da Rússia.
Considerado uma enorme inovação, em 1842 a fábrica de Pathe Philipe criou o mecanismo sem chave para dar á corda.
O surgimento do relógio de pulso só emergiu no século XX.
Primeiramente em 1920, surgiu através dos americanos J.W.Horton e W.A. Morisson o primeiro relógio a quartzo do Mundo e posteriormente, o inglês John Harwood registou a invenção em 1924 e logo o novo modelo superou o de bolso.
http://www.arlloufill.com/index.php?id1=15&id2=12&id3=1
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