terça-feira, 1 de abril de 2014

Venda do WhatsApp para o Facebook deixa usuários inseguros Mark Zuckerberg afirmou que o WhatsApp ajudará sua empresa a complementar o serviço Facebook Messenger




Zuckerberg garantiu que tem visão de longo prazo para o WhatsApp (LLUIS GENE/AFP)
Zuckerberg garantiu que tem visão de longo prazo para o WhatsApp
Desde que o Facebook comprou o WhatsApp por US$ 19 bilhões, em 19 de fevereiro, os usuários do aplicativo estão em pavorosa com medo de que Mark Zuckerberg faça mudanças drásticas na plataforma, e que com isso percam a privacidade. A rede social já anunciou que o WhatsApp continuará o mesmo – estratégia semelhante de quando adquiriram o Instagram, em 2012.

No blog oficial do aplicativo, Jan Koum, cofundador e executivo do WhatsApp, enviou uma mensagem para os usuários: “Eis o que muda para vocês, nossos usuários: nada. O WhatsApp continuará autônomo e operando independentemente. Você pode continuar a usufruir do serviço por uma pequena taxa. Você pode continuar usando o WhatsApp não importa em que lugar do mundo esteja ou qual smartphone estiver usando. E você pode contar com absolutamente nenhum anúncio interrompendo suas conversas. Não haveria uma parceria entre nossas empresas se tivéssemos que comprometer os princípios basilares que sempre definiram a nossa empresa, nossa visão e nosso produto”. No Facebook, Zuckerberg reforçou: “Ao longo dos próximos anos, trabalharemos duro para ajudar o WhatsApp a crescer e conectar o mundo inteiro”.

Mas os primeiros frutos dessa união já começam a aparecer e um deles foi num sábado, 22 de fevereiro, quando o aplicativo ficou fora do ar. Na terça-feira do dia 25, mais um sinal: Jan Koum afirmou que “existe a chance de aumentar o valor da anuidade de US$ 0,99 (R$ 2,40)”, que é cobrada pelo uso do serviço de mensagens. Atualmente, o WhatsApp conta com mais de 465 milhões de usuários em todo o mundo – quando o Facebook anunciou a compra do programa, o app ganhou cerca de 10 milhões de novos adeptos.

Mark Zuckerberg afirmou que o WhatsApp ajudará sua empresa a complementar o serviço Facebook Messenger. Ele disse que o Messenger e o WhatsApp são complementares, já que o primeiro é utilizado pelos internautas para se comunicar com amigos cadastrados no Facebook e o segundo serve para comunicação com todos os contatos de uma pessoa, além de possibilitar a criação de grupos de conversa.

Concorrência
Durante o Mobile World Congress em Barcelona, em 25 de fevereiro, Jan Koum anunciou um novo serviço: chamadas gratuitas pela internet, que conectará usuários no mundo todo. A nova ferramenta concorrerá diretamente com aplicativos menores, como o Viber e Line, além do tradicional Skype.

De olho nos usuários do WhatsApp, o Viber lançou uma novidade para os brasileiros, logo em seguida ao anúncio de Jan. Liberou aos adeptos do app uma novidade: todos os usuários brasileiros poderão realizar ligações para telefones fixos de todo o país – com qualquer DDD – de forma ilimitada pelo Viber Out, sem pagar pelo serviço. “Queremos consolidar o Viber cada vez mais como um aplicativo completo, tanto de troca de mensagens quanto de chamadas”, explica Luiz Felipe Barros, country manager do Viber no Brasil. Em uma semana, o aplicativo gratuito registrou sete milhões de minutos de chamadas telefônicas realizadas pelo brasileiros. Ao mesmo tempo, a plataforma ganhou 1,5 milhão de downloads no país.

Daniel Carneiro baixou o Viber em 2012, quando morou em Israel. “Prefiro ele ao Skype, que sempre trava e não consigo falar direito. Converso sempre com amigos que moram fora”, conta. O estudante acredita que o WhatsApp vai ter que se esforçar para superar o concorrente na nova ferramenta. “O WhatsApp vai ter que apresentar uma melhoria muito grande ao Viber. As ligações são perfeitas e não travam”, ressalta Daniel. A plataforma, além de oferecer o serviço de chamadas, envia mensagens instantâneas gratuitamente, porém não faz tanto sucesso quanto o concorrente. “Uso o Viber só para conversar com meus amigos que estão fora. Acho o serviço de mensagens dele bem ruim. Boa parte dos meus contatos já tem o Viber e quase nenhum o usa para mensagem”, diz o estudante.

Privacidade
A compra do aplicativo pelo Facebook, desde que anunciada, foi Trending Topics (assunto mais comentado) no Twitter. Na maioria das mensagens, os internautas se preocupavam com a privacidade. “WhatsApp vendido para o Facebook. Byebye privacidade para mensagens grátis”, afirmou um usuário. Outro ‘tuítero’ ligou a compra com denúncia de espionagem dos Estados Unidos, dizendo: “Zuckerberg é dono do Facebook, Instagram e WhatsApp. Basicamente, ele tem mais Informações que a NSA”.

Enquanto uns acreditam na perda da privacidade, outros ironizavam a situação: “"Ai minha privacidade" – como se sua vida fosse super-relevante para o Facebook/Whatsapp”, brincou um dos usuários. O designer Tiago Gamaliel diz não se importar muito com o fato. Segundo ele, a privacidade nunca existiu no aplicativo. “Tenho uma opinião sobre isso. O WhatsApp, quando cobra, é US$ 1 por ano. Os caras ganham dinheiro de verdade é com a quantidade de dados que eles recolhem sobre quem usa, então privacidade mesmo nunca existiu”, afirma o designer. O WhatsApp nunca foi um modelo de segurança e privacidade. Protocolos de segurança fracos (ou até inexistentes) são comuns em sua história, ainda que não haja registros de grandes vazamentos.

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