sexta-feira, 25 de julho de 2014

ADRIANA VAREJÃO

“A pintura é minha raiz, da mesma forma que o Brasil”
Adriana Varejão é atualmente uma das figuras mais importantes da arte contemporânea. Participou de mais de 70 exposições em diversos países e ganhou em 2008 um pavilhão dedicado à sua obra no Centro Inhotim de Arte Contemporânea.
Participou de diversas exposições nacionais e internacionais, entre elas, na Bienal de São Paulo, Tate Modern em Londres e MoMa em Nova Iorque. Trabalha bastante com azulejos e está entre as mais bem-sucedidas do circuito mundial.
Adriana Varejão - Figura de Convite I - Óleo sobre tela - 1997
Adriana Varejão – Figura de Convite I – Óleo sobre tela – 1997
Sua obra tem como base o período colonial brasileiro e se inspira nos botequin cariocas, mercados de carne e nos banheiros públicos europeus. Através da releitura de elementos visuais incorporados à cultura brasileira pela colonização, como a pintura de azulejos portugueses, ou a referência à crueza e agressividade da matéria nos trabalhos com “carne”, a artista discute relações paradoxais entre sensualidade e dor, violência e exuberância. Seus trabalhos mais recentes trazem referências voltadas para arquitetura, inspirada em espaços como açougues, botequins, saunas, piscinas etc, e abordam questões tradicionais da pintura, como cor, textura e perspectiva.

Adriana Varejão

Adriana Varejão (Rio de Janeiro RJ 1964). Pintora. Freqüenta cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage, no Rio de Janeiro, entre 1981 e 1985. Faz sua primeira exposição individual em 1988, na Galeria Thomas Cohn, no Rio de Janeiro. Em sua produção, evoca repertório de imagens associadas à história do período colonial brasileiro, como azulejos e mapas. Em obras que se situam entre a pintura e o relevo, emprega freqüentemente cortes e suturas em telas e outros suportes que permitem entrever materiais internos que imitam o aspecto de carne. A artista evoca também o barroco, associando pintura, escultura e arquitetura em seus trabalhos.
Trecho de uma entrevista com Adriana Varejão falando sobre o começo de sua carreira.
Adriana Varejão e Catarina
Adriana Varejão e Catarina
Filha de um piloto da aeronáutica e de uma nutricionista fez cursinho pré-vestibular no colégio Impacto. Foi cursar engenharia na Puc. No meio tempo, fez cursos de arte. E pronto. “Acho que um dia eu acordei e virei artista”, brinca. Alugou um ateliê e começou a produzir. Não pensava se conseguiria ou não viver da própria arte. ” Eu estava vivendo, fazendo as coisas, descobrindo a minha linguagem. Não estava preocupada se ia ou não expor, quanto ia ganhar, qual ia ser meu galerista. Falo para os estudantes isso quando vou dar palestras. Vejos as pessoas muito preocupadas com o resultado. Não é por aí. É preciso apenas encontrar suas voz. “E achar a tal linguagem, de acordo com ela, nunca é fácil. ” É muito sofrimento. Cada vez que você olha uma tela em branco acredita piamente que não vai ter mais idéias, que vai ficar bloqueada. O processo de criação é dolorido.”
Revista Trip, Outubro de 2005

Curiosidades

Adriana Varejão - Livro - Entre Carnes e Mares
Livro: Entre Carnes e Mares
“Entre carnes e mares” é o livro mais completo sobre a obra da artista plástica carioca, contendo mais de 170 reproduções de suas pinturas, além de fotografias e instalações. Esta publicação bilíngue reúne seus trabalhos mais importantes e conta ainda com cinco ensaios críticos de autores consagrados como Silviano Santiago, Lilia Moritz Schwarcz, Karl Erik Schøllhammer, Luiz Camillo Osorio e Zalinda Cartaxo.
Este volume oferece ao leitor um rico panorama da trajetória da artista, partindo dos seus mais novos Pratos e passando pelas influências barrocas, pelo azul dos azulejos e dos mares e pelos quadros em carne viva. O visual incrível do livro traduz a força da intensa pesquisa por trás da obra. São mais de 170 reproduções de suas pinturas, além de fotografias e instalações, grande parte do acervo de Varejão.
O livro fala de uma trajetória de 26 anos com obras que remetem ao Barroco, à azulejaria mineira e à experiência de ser mãe. Produções nunca expostas, da década de 80, e também recentes, como a dos pratos, iniciada em 2009. “Essa série de pratos enormes, com um metro e sessenta de altura é inspirada na cerâmicas do português Rafael Bordalo Pinheiro e passeiam pelo universo feminino. É o trabalho ao qual Adriana se dedica no momento, e que foi acompanhado pela editora Isabel Diegues, organizadora do livro. “ Tudo começou a partir de uma palestra de Adriana Varejão, proferida no Guggenheim Museum de Nova York, a partir de aspectos da obra, autores de áreas distintas fizeram seu recorte aproximação com o trabalho da artista”, explica Isabel.

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