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Angelo Issa: Porque gado a gente marca... | |
“Minhas pinturas são retratos, do existente e do imaginário, que buscam reproduzir não a falsa figura, coberta de maquiagem e disfarçada em uma beleza inerte, mas as cicatrizes, marcas e desgostos impressos na alma das pessoas, provenientes das feridas adquiridas durante a vida.” Assim Angelo Issa, artista mineiro, define seu trabalho.
Depois de pintar as séries Grito, Repressão, Retratos Imaginários e Eu não Matei Van Gogh, o artista plástico nos surpreende com sua mais recente produção: Porque gado a gente marca... Nela são usadas tábuas de velhos currais, arame farpado, tinta acrílica, fuligem e pigmentos. Segundo o autor, este último trabalho “é uma tentativa de fazer valer um diálogo entre o suporte, suas marcas do tempo, a pintura e a imagem.”
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A seriedade com que Angelo Issa tem levado o aprendizado e desenvolvimento do seu trabalho pode ser observada em sua mais recente série, ainda inédita. Nela, o artista apresenta uma nova abordagem do emprego e uso das tintas, bem como a pesquisa inusitada do suporte a dialogar com o tema proposto. Assim o artista aproxima-se mais da proposta contemporânea, fornecendo-nos um trabalho de reflexão e beleza. “Reconstruir os limites foi o grande objetivo. Os limites do homem massacrado, preso e humilhado, despido de todo o respeito e de toda a dignidade, como o gado marcado e preso em currais”, comenta o autor.
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Currais e arames farpados representam divisões e separações usadas na criação de gado, e que aqui são reconstruídas e acrescidas de pinceladas de pigmentos que interagem com a fuligem, a ferrugem, o lodo e as marcas do tempo, representando a imposição de limites ao homem. Segundo a historiadora e crítica de arte Ângela Âncora da Luz, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “Angelo Issa segue o caminho de sua interioridade e vai confirmando a consciência das visões, na verdade de sua pintura.
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As tábuas que se associaram para nos permitir desvendar suas vivências vão se constituindo como quadros completos. É nesse ponto que o artista os instala no ambiente e os une pelo arame farpado. Ele vai intercalando tábuas mudas, sem pintura, àquelas que foram reveladas, trazendo a irrupção das imagens. Aos poucos surge outra cerca, que não mais limita a área do gado e o seu confinamento, mas que nos apreende.” | |
Além de pintor, Angelo Issa é um dos responsáveis pela criação do Espaço Cultural da V&M do Brasil, que acaba de ser premiado pela Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA). No final deste ano, o artista lança o livro Parasitas e predadores, com texto e ilustrações de sua autoria.
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Este blog é um espaço cultural que tem por objetivo mostrar fatos atuais e aspectos importantes da área de Artes e Atualidades. É mantido por alunos de uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental Maior, do Colégio Clita Batista. Foi construído com o objetivo de levar à sociedade um conjunto de informações e conhecimentos; realizar associações, produzir textos criativos e despertar a consciência crítica. ( Imagem Inhotim : detalhe da obra Celacanto provoca maremoto, Adriana Varejão)
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Artes
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