sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Imagem na publicidade (apropriação)-artes


[...]"Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo o dia, sem ver. Parece fácil, mas não é." Vista Cansada - Otto Lara Resende ( Folha de São Paulo - 23/02/1992)

No histórico da publicidade, observamos que os primeiros anúncios eram exclusivamente escritos, mas com o advento da técnica de reprodução de imagens, no século XIX com a litografia e a fotografia, a publicidade ganhou maior espaço na mídia e obteve maior êxito em suas funções.
Assim, devido à realidade do nosso cotidiano, intensamente valorizado pela imagem, sejam elas concebidas para a mídiaimpressa, sejam para a mídia eletrônica, que são hoje, basicamente, constituídas de texto escrito (ou falado) e imagens (estáticas ou animadas), faz-se necessário uma alfabetização visual.

Conhecendo um pouco mais da História da Arte, percebemos que frequentemente há a utilização de esculturas ou pinturas como tentativa de emprestar autoridade às mensagens publicitárias.


Apropriação da obraAcesse a imagem original

Apropriação da obra "David" de Michelangelo 

Neste caso o publicitário utilizou a imagem da obra "David" de Michelangelo, que virou "Mc David" caracterizado de Ronald McDonald. Aqui, o autor relacionou a publicidade da comida saudável com a bela forma de David.




Apropriação de imagens

Quanto mais aspectos conhecemos da mesma coisa, mais a apreciamos e melhor podemos compreender a realidade. Assim, ao verificar o olhar que fazemos das imagens que nos cercam no dia a dia, percebemos que a fronteira do “lugar da arte” se diluiu e, não é mais possível determinar, com exatidão, o quê pertence ao mundo dos museus e o quê pertence ao mundo fora deles.

Em algumas das vezes, temos imagens "apropriadas" de diferentes períodos da História da Arte com pequenas alterações e em outras vezes temos as "releituras", imagens com alterações mais significativas, ambas pertencendo a novos contextos. 




Apropriação:  "Nascimento do Homem" de Michelangelo
Releitura da obra "Nascimento do Homem" de Michelângelo.
Acesse a imagem original
Nesse caso, o publicitário utilizou
uma obra renascentista para mostrar
ao futuro comprador como Nokia deixa a
imagem tão ou mais perfeita que
uma obra prima.


Apropriação:  "O Quarto em Arles " de Vincent Van Gogh
Apropriação da obra "O Quarto em Arles" de Vincent Van Gogh.
Acesse a imagem original
Nesta apropriação, o publicitário utilizou a imagem
da obra "O Quarto em Arles" de Vincent Van Gogh.
Foi espelhada a cadeira de frente para a mesa, iluminando o produto,  para mostrar ao futuro comprador que com o Notebook ele acessará o mundo e deixará de ser só.
Apropriação:  "Autorretrato" de Vincent Van Gogh
Releitura da obra de Vincent Van Gogh "Autorretrato".
Acesse a imagem original
Aqui o publicitário utilizou a
imagem do próprio artista,
conhecido pelo seu caráter temperamental,
para relacionar saúde mental
com Prozac.


Releitura: "Autorretrato" de Pablo Picasso
Releitura de uma obra Cubista de Pablo Picasso.
 
O publicitário utilizou uma obra cubista para mostrar
ao futuro comprador como Mon Bijou deixa
as roupas com aspecto de uma obra-prima.



Apropriação da obra Manto Vermelho de Tarsila do Amaral 



Nesse caso, o publicitário utilizou a imagem da própria artista, considerada uma mulher à frente de sua época, para relacionar elegância, ousadia e modernidade com estilo de vida da mulher que usa “O Boticário”(lançado em 2006, em homenagem ao dia internacional da mulher).










Será que os espectadores reconhecem quando hṕa apropriação e/ou releitura?
[...]com o avanço das reproduções gráficas e o advento da internet, além das visitas aos museus, aumentaram a capacidade de perceber as relações entre as cópias e os trabalhos consagrados, mesmo que o artista não cite esses últimos de modo explícito (Revista Escola).

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